domingo, 10 de dezembro de 2017

Análise Pachuca - Mundial de Clubes 2017

O Pachuca, conhecido como Los Tuzos,  é um dos times mais antigos e tradicionais do México. Fundado em 1892 é mais antigo que todos times brasileiros (o Rio Grande, mais antigo do Brasil é de 1900). Podemos dizer que é um clube "copero", pois tem 6 títulos nacionais, 5 títulos continentais e 1 sulamericana. Chega a sua quinta partcipação no mundial de clubes, onde a melhor colocação foi um 4 lugar, em 2008, onde perdeu a semifinal para a LDU. Joga essa edição, por ter vencido no fim de abril a Concachampions (equivalente a Libertadores da CONCACF) contra o Tigres, também do México, empatando fora de casa em 1 x 1 e vencendo em casa por 1 x 0 com gol do atacante Jara, aproveitanto rebote do goleiro Guzmán. 


Aliás é sobre essa final que quero começar a análise tática do Pachuca, pois resume como jogam. è
É um time que fica mais posicionado em sua defesa, aguardando o adversário, para sair rápido em contra ataque (que falarei mais em detalhe abaixo) e também tem como a bola parada outra de suas armas. Nesse link segue os principais lances da final: https://www.youtube.com/watch?v=UfKU7PsoIBk

Mas desde abril algumas coisas mudaram no Pachuca e analisarei um pouco dessas mudanças e como o time se encontra agora. 

GOLEIRO - 
Na conquista o goleiro era Alfonso Blanco, considerado um dos melhores da posição da CONCACAF, porém no campeonato mexicano e no jogo contra o Wydad que jogou foi o lendário goleiro Óscar Pérez, com seus 1,72m de altura, e 44 anos, o mais velho jogador em um mundial. Não se espantem se Blanco jogar contra o Grêmio, mas são chances remotas.


ZAGA - 
Apesar de jogador fechado, vejo a zaga do Pachuca fraca. Na conquista da Concachampions a dupla de zaga era formada pelo colombiano Óscar Murillo e pelo americano Omar Gonzalez, este considerado um dos melhores jogadores da posição pela CONCACAF, mas que também perdeu a sua posição para Joaquin Martinez. Na direita também outra alteração, com Robert Herrera (que pelo pouco que vi achei lento) entrando no lugar de Raul López, mantendo na esquerda Garcia.

Escalação contra Wydad. Não considere a formação tática.

MEIO CAMPO - 
O meio campo é o melhor setor do time. Atua com 5 jogadores, normalmente com três volantes e dois meias. Quem fica mais posicionado é Jorge Hernadez, que é o jogador que mais rouba bola na equipe, e que no jogo do Wydad achei muito fraco, chegando sempre atrasado nas jogadas. Mais pela direita fica o volante e também lateral direito Erick Aguirre. Junto deles nessa primeira linha de meio campo fica o principal jogador da equipe no campeonato mexicano, Victor Guzmán, que falarei um pouco mais abaixo.  Na linha mais a frente do meio campo ficam os dois principais jogadores da equipe: Honda e Urretaviscaya. O japonês Honda, sim o mesmo da seleção, do CSKA e Milan,  foi cntratado após a saída do principal jogador da equipe, Lozano que foi para o PSV., após o fim da Concachampions. Honda é o responsável pela organização do time e puxar os contra ataques junto com o uruguaio Urretaviscaya. São eles que são procurados pela defesa para essa transição ofensiva com velocidade. Foi a partir do cruzamento de Urretaqviscaya, considerado o craque do jogo contra o Wydad, que saiu o gol da classificação.


Os principais responsáveis pela armação da equipe.



ATAQUE - 
Estes contra ataques sempre buscam na área o atacante da seleção chilena Angelo Sagal, que jogou alguns minutos na final da Copa das Confederações, e foi contratado no meio do ano. Ele ganhou a posição do argentino Jara, que era titular absoluto na Concachampions e perdeu a posição ao longo do campeonato mexicano. Aqui volto a falar de Victor Guzman, autor do gol na semifinal contra o Wydad, e artilheiro do time no campeonato mexicano, com 8 gols em 16 gols. Grêmio precisa ter atenção com ele, que apesar de se baixo, tem ótimo posicionamento dentro da área. Pode ser considerado um jogador "moderno" pois defende e ataque na mesma intensidade.


O artilheiro improvável Guzmán.


Com todas essas mudanças da Concachampions para cá o Pachuca perdeu um pouco de qualidade, sendo apenas o 12 colocado entre 18 participantes do campeonato mexicano. Apesar de ter um jogo mais reativo, teve média de quase 1,5 gols sofridos por jogo. Um ponto a se destacar dos gols é que o time faz mais e sofre menos gols nos últimos 30 minutos do jogo (contra o Wydad foi no fim da prorrogação). Isso por dois fatores: preparação física, é um time não desiste nunca, e segundo, por ser mais reativo, fica mais postado na zaga o adversário se cansa e eles aproveitam o contra ataque. Ou seja, Grêmio tem que aproveitar o 1 tempo para matar o jogo.

Gol do Pachuca no campeonato mexicano.

Acredito que veremos um jogo totalmente diferente na terça contra o Grêmio. Enquanto contra o Wydad o Pachuca teve que ter o controle da bola (56% de posse) tendo que propor o jogo, contra o Grêmio provavelmente irá esperar o Grêmio, ficando recuado e tentando encaixar um contra ataque ou uma bola parada. Quando quis propor o jogo o time se atrapalhou, pois não tinha opções de jogo. Um exemplo que me marcou foi aos 12min do 2 tempo onde Jara e Honda fica com a bola por mais de 10 segundos e ninguém chega como opção de passe.

Honda e Jara tabelando sem passagem de lateral ou meio campos demorando para aproximar.

Linhas de conttolr de bola. Quanto maior a linha, maior a pressão e chances de gol


Se o Grêmio entrar concentrado e manter seu padrão de jogo tem totais condições de vencer, porém eu escreverei uma novidade para vocês "futebol é uma caixinha de surpresas". Todo cuidado é pouco, mas tenho certeza que farei outra homenagem ao tricolor, como fiz no último gol do nosso TRI:


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Vamoooooo